Taxa de adequação (ingestão/requerimento) de energia como indicador do estado nutricional das famílias: uma análise crítica dos métodos aplicados em pesquisas de consumo de alimentos

Abstract
O artigo discute os problemas associados ao uso da taxa de adequação de energia como um indicador do estado nutricional, em estudos populacionais derivados de pesquisas domiciliares de consumo de alimentos. Para tanto, descreve o tratamento dos dados de consumo alimentar para estimar a ingestão familiar de energia e compará-la entre famílias, e com os requerimentos da família para determinar a taxa de adequação familiar de energia. O artigo discute, também, uso das recomendações internacionais sobre os requerimentos humanos de energia e suas limitações decorrentes da não-consideração das condições não-alimentares, dos mecanismos de adaptação, da inadequação das estimativas da taxa metabólica basal e da insuficiência de informações para avaliar o gasto energético das atividades físicas não-laborais nas pesquisas domiciliares consideradas. Para exemplificar aspectos da discussão desenvolvida, os dados do Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) realizado pelo IBGE, em 1974-1975, são usados. O artigo conclui que o uso principal da taxa de adequação é na identificação das famílias que sofrem de restrição alimentar.