Melhoramento do trigo: III. Evidência de controle genético na tolerância ao manganês e alumínio tóxico em trigo

Abstract
Os cultivares Siete Cerros, tolerante, e BH-1146, sensível a elevadas doses de manganês, foram cruzados, obtendo-se sementes em gerações F1 e F2 desse cruzamento. As plantas dos cultivares pais e das gerações F1 e F2 foram cultivadas em soluções nutritivas contendo doses variadas de manganês (0,11; 300; 600 e 1.200mg/litro) e testadas em outra solução nutritiva contendo 3mg/litro de alumínio. O comprimento das raízes primárias centrais das plantas dos genótipos estudados, após quinze dias de cultivo em soluções nutritivas contendo diferentes concentrações de manganês, serviu de base para avaliar a tolerância a esse elemento. Esse comprimento, após 72 horas de crescimento em solução nutritiva normal seguidas de 48 horas de crescimento em solução nutritiva contendo 3mg/litro de alumínio, foi utilizado para a avaliação da tolerância ao alumínio. Os valores da herdabilidade em sentido amplo para a tolerância a concentrações crescentes de manganês e para 3mg/litro de alumínio foram altos, indicando que grande parte da variabilidade encontrada nas populações segregantes para tolerância ao manganês e ao alumínio foram de origem genética, sugerindo que as seleções para estas características seriam efetivas a partir das gerações F2 e F3. Os dados mostraram que seria possível transferir, por meio de cruzamento entre os cultivares BH-1146 e Siete Cerros, a tolerância ao manganês do 'Siete Cerros' para o 'BH-1146' ou a tolerância ao alumínio deste para o 'Siete Cerros'.