Compostos nitrogenados e açúcares solúveis em tecidos de alface orgânica, hidropônica e convencional

Abstract
O presente trabalho foi realizado na UFRRJ e teve como objetivo verificar as variações de alguns componentes metabólicos nos tecidos da alface. Plantas de alface do tipo crespa, da cultivar Verônica, provenientes de três sistemas de cultivo, orgânico, hidropônico e convencional, foram separadas em oito partes (limbo das folhas basais, medianas e apicais, nervura central das folhas basais, medianas e apicais, caule e raiz). Foram analisados nitrato, N-amino, açúcares livres e distribuição da massa seca nos vários tecidos. Considerando a parte aérea e raízes, os teores encontrados assemelham-se aos da literatura. Porém, quando as análises são realizadas nos tecidos que compõem a parte aérea, há diferenças significativas em todas as variáveis. Isso permite escolher partes da planta para analisar, dependendo do que se deseja observar. Em estudos fisiológicos, principalmente de metabolismo do nitrogênio, a segmentação das partes pode ser fundamental na interpretação dos resultados. Na análise de nitrato, N-amino e açúcares livres na alface, é recomendada a separação de folhas e caule da parte aérea por terem apresentado grandes diferenças. A alface em cultura hidropônica mostrou teores de nitrato bem superiores aos outros sistemas de cultivo, chegando ao máximo de 1000 mg kg-1 massa fresca do caule, valor esse, entretanto, bem abaixo do máximo permitido pela legislação européia para acúmulo de nitrato em alface. Pode-se sugerir que o caule da alface funcione como o principal órgão de reserva temporário de compostos nitrogenados livres, principalmente nitrato e N-amino, além de açúcares solúveis. Maiores estudos são necessários para confirmar se o caule teria efeito tampão caso as plantas da alface absorvessem grandes quantidades de nitrogênio na forma nítrica e amoniacal.